Sant & LP Beatzz – 2020

Lyrics, Letra: 2020 – Sant & LP Beatzz
refrão
o tempo passa
ó, toda essa obra
não perco a linha
é que a rua cobra
veneno de sobra,
então, não morde a língua
irmãos, se eu parar pra ver…
o tempo passa
então, não perde a linha
a rua cobra
arruina obras
jamais as minhas

irmãs, se eu parar pra ver… (2x)

(ponte)
o que muda o ambiente
é o ponto de visão
diga-me seu medo
e saberei sua inspiração

mazabi na gestão

(verso i)
eu não quero sorrir mais em retratos
vou fazer dinheiro pra voar daqui
preciso ficar longe dessa névoa
preencher os meus hiatos

sinto o que o mundo sente,
mas, nem sempre expressa

ser humano tem pressa

com 15, viver 30
e morrer antes dos 30

é tudo que interessa

o tempo é introcável, intocável
imbatível, combustível inabalável
imcomparável e incomprável
pr’aquele quem segue imóvel,
ele é incompreensível
busque o seu e conquiste-o
sei que valerá percorrer o trajeto
recuperar as rédeas do destino
e manter reto igual o papo dos menino

fizeram de reis, peões
rainhas, troféus
asfaltaram o chão e arranharam os céus

encheram minha zona norte
de mágoa, droga, arma
e problemas de confiança
e agora assistem ao plano falido
meu bairro transborda esperança
nos bailes, vejo garveys e khalos
nos bares, simones e simonais
não é que enxergo, as coisas, diferente
apenas aprendi a ler sinais
eu queria um studio e vários shows
pra chapa esquentar e o x9, correr
família se orgulhar e a firma crescer
muito além de aumentar, nós amadurecer

mulher,
eis um homem de fé,
eu sou minha própria igreja
não sei pra onde iria
ou porque ficaria,
mas, o que for, que seja, né?
mulher,
eis um homem de fé,
eu sou minha própria igreja
não sei pra onde iria,
ou porque ficaria,
mas, o que for…

(refrão)
o tempo passa
ó, toda essa obra
não perco a linha
é que a rua cobra

veneno de sobra,
então, não morde a língua
irmãos, se eu parar pra ver…
o tempo passa
então, não perde a linha
a rua cobra
arruina obras
jamais as minhas

irmãs, se eu parar pra ver… (2x)

(ponte)
o que muda o ambiente
é o ponto de visão
diga-me seu medo
e saberei sua inspiraçã
“o tempo limpa a mente
a chuva limpa o chão”

(verso ii)
quão doce é a fruta
que meus irmãos não comem?
as noites que não dormem?
o amor que eles não podem?
os cantos do parafal?

as pazes que não fizeram e,
os pais, que só fizeram

tudo que eles tiveram
foram encontros de fractais
se não é sensível para tal, isente-se
isso é rap pra quem vibra
mermo num ninho de víbora
sou demais pro seu quintal

tragam-me seus heróis entorpecidos
tenho aqui meus vilões injustiçados
tragam-me suas verdades mais rígidas
rotina daqui faz delas frígidas
estrábicos passando a visão
quem será que ainda ouve racionais?
de quem será que eu serei ancestral
se der erro na continuidade?
tô assistindo ao balanço geral
no salão principal da maternidade

meu amor já acorda cansado
e essas dores não são nem metade
tenho me sentido parteum
só que com a gaveta organizada

vai soar prepotente faltando um tempo,
mas, pra mim, tá valendo de nada

eu desisto! (2x)

sou uma obra de jordan peele
negro
como a noite e suas nuances
a rua e suas chances
e quem é, se vê na pele

numa obra de jordan peele, negro
a noite e suas nuances
como a rua e suas chances…

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